Sobre ciclos e meu livro novo!
Haruki Murakami diz que não saber exatamente sobre como começar um texto é, em geral, mais difícil, mas também é um dos modos que lhe rende os melhores textos. Eu, que amo planejar a vida, não gosto de planejar a minha escrita. Já ensaiei diversas vezes o que enviar na newsletter, não gostei de nada, portanto, me calei.
Minha amiga achou curioso quando lhe disse que venho organizando a minha vida de acordo com as estações do ano. De fato, minha rotina tem sido uma nas estações mais quentes e outra nas mais frias. Isso me ajuda a concatenar melhor as ideias e ações. Isso me ajuda a me compreender como ser humano solar que não é lá muito fã do frio que sou.
Viver em ciclos me fez me questionar como me organizaria para continuar escrevendo. Em 2018, quando reuni textos escritos naquele ano e nos meses anteriores para fazer deles meu primeiro livro, ainda não tinha noção do quanto os poemas que compõem o A Intermitência das Coisas continuariam reverberando na minha existência.
Mas eles continuaram e, de certo modo, ainda continuam. Então veio a dúvida: qual seria o momento adequado para voltar a escrever? Quando começar a reunir novos textos? Quando me lançar novamente na jornada editorial que é parir um livro?
Cada autor tem uma resposta diferente para isso, e talvez a minha não seja definitiva. Sei que comecei a rascunhar um poema aqui outro ali em fevereiro de 2020. Assim como foi com o A Intermitência das Coisas, o que era para ser algo despretensioso começou a ganhar forma. Em novembro de 2020 já tinha a maior parte dos textos prontos. Depois começaram os processos de leitura crítica, ajustes, acréscimo de textos, primeira revisão, reescrita, segunda revisão. Houve mergulho, houve medo, mas também houve coragem.
Quando diminuir o foco de um livro nascido para outro nascer é algo que eu ainda não tenho uma resposta concreta. De qualquer modo, quero aproveitar o dia do escritor para compartilhar com todos que um ciclo de escrita se encerrou neste inverno e, agora, está prestes a nascer. Agora, ao longo desta semana formalizo a assinatura do contrato com a Editora Penalux para publicar meu segundo livro, que se chamará Rasgos dentro da minha própria pele.
O friozinho na barriga já me habita aqui. O lançamento está previsto para este ano ainda, então vou te avisando por aqui, pelo Algumas Observações e pelas minhas redes sociais (#rasgosdentrodaminhapropriapele — todos os links estão no fim da newsletter).